Decorrido um ano desde o início da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, é evidente o impacto que o conflito exerce sobre as cadeias de alimentação a nível global. No setor do azeite, estes dois países são responsáveis por 60% da produção mundial de óleo de girassol. Este cenário representa uma forte pressão no mercado global dos óleos alimentares.

Portugal, enquanto 6º maior produtor de azeite a nível mundial, desempenha um papel central na capacidade de resposta à procura de óleos e gorduras. Nos últimos anos, a produção de azeite a nível nacional tem aumentado de forma significativa, fruto da expansão da área de olival, da introdução de novas variedades de azeitona e da modernização do setor. Em particular, na campanha olivícola de 2021-2022, registou-se uma produção recorde, num total de mais de 215 mil toneladas de azeite, e representou cerca de 2% da produção agrícola nacional.

O panorama atual no setor olivícola português, apesar de positivo, está ainda aquém de atingir o potencial máximo de produção de azeite, devido a constrangimentos no escoamento atempado do bagaço de azeitona dos lagares, que por vezes obrigou à interrupção da colheita e da laboração dos lagares. Aumentar a produção de azeite só será possível com o aumento da capacidade de escoamento de bagaço de azeitona. Exigem-se, portanto, soluções que reforcem a capacidade de processamento de bagaço de azeitona, em sintonia com a produção de azeite. Aumentar a quantidade de azeitona implicará um aumento da capacidade das unidades produtivas em todo o setor olivícola, lagares e extractoras.

A Casa Alta pretende contribuir para alavancar a fileira do azeite em Portugal através do aumento de capacidade da sua da instalação no Alentejo e através de uma nova unidade de processamento do bagaço de azeitona, como forma de aumentar a capacidade de produção de azeite a nível nacional. O investimento na construção de novas infraestruturas de produção de azeite e de óleo de bagaço de azeitona é fundamental para assegurar uma produção mais eficiente e sustentável, além de estimular o desenvolvimento económico, social, ambiental e cultural do território nacional.